Sabe, a jornada de ser instrutor de yoga é linda e transformadora, tanto para quem ensina quanto para quem pratica. A gente sonha em compartilhar paz e equilíbrio, não é?
Mas, confesso que quando pisei na sala como professora pela primeira vez, não imaginava a profundidade dos desafios que viriam. Não é só sobre montar sequências perfeitas ou corrigir posturas; é sobre gerir energias, entender as dores ocultas de cada aluno e, acima de tudo, cuidar da nossa própria saúde mental, especialmente com a crescente demanda e a ascensão das aulas híbridas.
Em tempos onde o bem-estar mental e físico se tornaram prioridade para muitos, nossa responsabilidade só cresce, e com ela, surgem novas nuances que raramente são discutidas abertamente.
Abaixo, vamos aprofundar no tema.
A Complexidade Inesperada da Gestão Energética na Sala de Aula
Ah, quem nunca entrou numa sala de yoga cheia, sentindo aquele turbilhão de energias diferentes? Eu, por exemplo, me lembro perfeitamente do meu primeiro ano como instrutora, pensando que a parte mais difícil seria memorizar todas as asanas e variações. Mal sabia eu que o verdadeiro desafio estaria em harmonizar o ambiente, em sentir a sala e em entender que cada aluno traz consigo não apenas seu corpo físico, mas também suas preocupações, suas alegrias e seus cansaços. Não é só sobre ditar uma sequência, é sobre criar um santuário temporário onde cada um se sinta seguro e acolhido, independentemente do que aconteceu antes de cruzar a porta do estúdio. Eu costumava sair de algumas aulas me sentindo drenada, e demorou um tempo para eu perceber que eu estava absorvendo demais e protegendo de menos a minha própria energia. É uma dança delicada entre doar-se por completo e manter os próprios limites para não se esgotar, especialmente quando você percebe que a energia coletiva pode ser tão potente, seja ela de paz ou de inquietação. A responsabilidade de guiar essa orquestra energética é imensa e exige uma consciência que vai muito além das posturas físicas.
1. Percebendo as Vibrações Ocultas
No início, eu me focava muito na técnica. Mas, com o tempo, comecei a afinar meu “radar” para as nuances da sala. Era comum ver alguém entrar com os ombros tensos, o olhar disperso, ou outro com uma leveza que iluminava o ambiente. Eu aprendi a ler esses sinais não-verbais, a sentir a atmosfera. Houve uma vez, por exemplo, que percebi uma tensão generalizada no grupo; parecia que a semana tinha sido pesada para todos. Em vez de seguir o plano original, decidi adaptar a aula para ser mais restaurativa, focando em respiração e alongamentos suaves. Ao final, a gratidão nos olhos dos alunos era palpável. Foi um momento chave para mim, mostrando que a sensibilidade é tão crucial quanto a sequência bem planejada. A gente tem que estar presente para o que está acontecendo ali, naquele instante, e ser flexível para responder às necessidades não ditas.
2. Protegendo e Recarregando a Própria Energia
Isso é algo que pouca gente fala, mas é vital. Dar aulas é doar. E se a gente só doa e não recarrega, o pote esvazia. Lembro-me de uma fase em que eu estava dando muitas aulas seguidas, e comecei a sentir um cansaço mental profundo. Minha própria prática de yoga começou a se tornar um fardo em vez de um refúgio. Foi aí que uma colega mais experiente me disse: “Você não pode acender a chama de ninguém se a sua própria chama está bruxuleando.” Aquilo me marcou. Desde então, criei rituais pós-aula: alguns minutos de meditação silenciosa, um chá calmante, ou simplesmente caminhar em silêncio por alguns quarteirões antes de ir para casa. Entendi que cuidar da minha energia não era egoísmo, mas sim uma necessidade para continuar sendo uma fonte de luz para os outros. É um ato de amor-próprio que reverbera em cada aula que eu dou.
O Desafio Constante da Adaptação a Diferentes Corpos e Mentes
Você pode ter planejado a aula mais perfeita do mundo, com uma sequência fluida e desafiadora. Mas então, entra na sala alguém com uma lesão no joelho, outro com problemas de coluna, uma grávida, e uma pessoa que nunca praticou yoga na vida. De repente, seu plano precisa de um reajuste de 360 graus. Eu costumava me sentir um pouco ansiosa com isso, pensando em como seria possível atender a todos sem comprometer a integridade da prática ou a segurança de qualquer aluno. Mas com o tempo, e muitas, muitas horas de observação e estudo, percebi que essa é, na verdade, uma das partes mais ricas e gratificantes da nossa profissão. É onde a gente realmente se torna artesão do movimento, adaptando as posturas para que sejam acessíveis e benéficas para cada corpo único, honrando suas limitações e celebrando suas capacidades. É um exercício contínuo de criatividade, empatia e conhecimento anatômico, que nos força a sair da zona de conforto e aprofundar nossa compreensão do corpo humano em suas múltiplas formas.
1. Modificações e Adaptações Criativas
Lembro-me de uma aluna com um ombro congelado que mal conseguia levantar o braço. Eu poderia ter dito “não faça essa postura”, mas, em vez disso, procurei formas de incluí-la. Usamos a parede, blocos, faixas, e até uma cadeira. A satisfação dela ao conseguir sentir o movimento, mesmo que de forma adaptada, foi imensa. Isso me ensinou que não existe “uma forma” correta de fazer uma postura, mas sim a “melhor forma” para cada indivíduo naquele momento. É como um quebra-cabeça complexo onde cada peça se encaixa de maneira única. Meu kit de “ajudadores” (blocos, cintos, almofadas) se tornou meu melhor amigo, e minha mente se tornou um banco de dados de modificações. A gente precisa estar sempre um passo à frente, pensando nas possíveis dificuldades e nas soluções para elas, garantindo que ninguém se sinta deixado para trás ou frustrado.
2. Lidando com Expectativas e Frustrações
Às vezes, os alunos chegam com expectativas irrealistas, querendo tocar os pés no primeiro dia ou fazer inversões complexas. Eu já vi frustração nos olhos de quem se compara com o colega ao lado. Minha abordagem tem sido sempre a mesma: focar na jornada individual, no processo, e não no resultado final da postura. Reforço que yoga não é competição, mas autodescoberta. Uma vez, um aluno estava visivelmente desanimado por não conseguir manter o equilíbrio em uma postura. Eu o convidei a fechar os olhos e a focar apenas na respiração, sentindo o movimento do corpo. Ele me disse depois que foi a primeira vez que ele realmente “sentiu” a postura, e não apenas “tentou” fazê-la. Esse é o nosso papel: guiar para dentro, para a aceitação e para a paciência, mais do que para a performance.
Equilibrando a Vida Pessoal e Profissional no Caminho do Yoga
Ah, a ironia! Ensinamos equilíbrio, mas a nossa própria vida nem sempre reflete isso. Eu me peguei muitas vezes sobrecarregada, correndo de um estúdio para outro, comendo correndo, e sentindo que o tempo para mim mesma, para minha própria prática e para a minha família, estava diminuindo. É fácil cair na armadilha de dizer “sim” para todas as oportunidades, especialmente quando a paixão por ensinar é tão grande. Mas o burnout é real, e ele não escolhe profissão. Eu já vi colegas desistirem da área por exaustão. A gente entra nesse caminho para compartilhar paz, mas se não zelarmos pela nossa própria paz, como podemos transmiti-la autenticamente? Lembro-me de uma fase em que eu estava tão focada em construir minha reputação e minha agenda de aulas que minha própria saúde começou a dar sinais. Acordava cansada, me sentia irritada. Foi um sinal de alerta que me fez repensar minhas prioridades e entender que o autocuidado não é um luxo, mas uma necessidade absoluta para sustentar uma carreira a longo prazo.
1. Estabelecendo Limites Saudáveis
Essa foi a minha maior lição. Aprender a dizer “não” para uma aula extra ou um projeto que me sobrecarregaria. No começo, eu sentia culpa, como se estivesse decepcionando alguém. Mas, com o tempo, percebi que ao estabelecer limites, eu estava, na verdade, me respeitando e garantindo que as aulas que eu desse fossem de qualidade, não de exaustão. Minha família também sentiu a diferença. Passar um fim de semana desconectada, sem pensar em sequências ou playlists, se tornou um ritual sagrado. Eu até comecei a bloquear um dia da semana na minha agenda só para “mim”, para minha prática pessoal, para um passeio na natureza, ou simplesmente para não fazer nada. Esse tempo de “esvaziar” me permite voltar cheia e inspirada para as minhas aulas. É um processo contínuo de negociação com a gente mesma e com as demandas externas.
2. A Própria Prática como Alicerce
Não dá para ser instrutor de yoga sem praticar yoga. Parece óbvio, né? Mas na correria do dia a dia, é a primeira coisa que a gente tende a deixar de lado. No meu caso, quando a minha prática pessoal começou a falhar, senti o impacto diretamente nas minhas aulas. A voz interior que guiava as posturas parecia menos clara, a energia estava mais baixa. A minha prática é o meu combustível, o meu laboratório, o meu refúgio. É onde eu me reconecto com a essência do que ensino. Seja uma sequência de asanas, uma meditação sentada, ou apenas alguns minutos de pranayama, dedicar esse tempo para nutrir meu próprio corpo e mente é inegociável. É a prova de que a gente não está só pregando o que não pratica, mas vivendo os princípios que tenta compartilhar.
A Arte de Comunicar e Conectar Verdadeiramente com os Alunos
Sabe, no início, eu achava que comunicar bem em yoga significava dar instruções claras e concisas sobre as posturas. E sim, isso é importante. Mas o que eu descobri ao longo dos anos é que a comunicação em yoga vai muito além. É sobre criar uma ponte invisível de conexão com cada aluno, onde eles se sintam vistos, ouvidos e compreendidos, mesmo em uma sala cheia. É sobre a forma como você usa sua voz, a sua presença, a sua capacidade de ler a sala e de responder às necessidades não ditas. É sobre a habilidade de traduzir conceitos complexos de filosofia do yoga para algo que ressoe na vida cotidiana das pessoas. Eu já percebi que o tom da minha voz, a calma nas minhas palavras, ou até mesmo um breve silêncio no momento certo, podem ter um impacto muito maior do que uma instrução perfeitamente articulada. Essa conexão autêntica é o que faz os alunos voltarem, não a sequência mais complicada ou a correção mais precisa. É a sensação de serem parte de algo maior, de uma comunidade que os acolhe e os inspira a crescer.
1. Além das Instruções Verbais: A Presença
Por muito tempo, me preocupei em “falar tudo”. Mas comecei a perceber que a minha presença na sala – a forma como eu me movo, como eu demonstro, como eu observo – falava mais alto. A gente se comunica com o corpo, com o olhar. Houve uma aula em que eu decidi diminuir minhas palavras e focar em demonstrar as posturas com clareza e em silêncio. A sala ficou mais calma, mais introspectiva. Os alunos me disseram que se sentiram mais conectados à própria respiração, menos distraídos por estímulos externos. Isso me fez pensar: a comunicação não é só sobre o que dizemos, mas também sobre o espaço que criamos para que os outros se expressem e se conectem consigo mesmos. É sobre sermos um farol, e não um alto-falante.
2. Traduzindo a Filosofia para a Vida Cotidiana
O yoga é muito mais do que posturas, e todos sabemos disso. Mas como a gente leva os Yama e Niyama, por exemplo, para a vida de alguém que está lidando com o estresse do trabalho ou problemas familiares? Eu sempre tento encontrar um gancho, uma analogia que conecte a sabedoria ancestral do yoga com os desafios modernos. Por exemplo, ao ensinar uma postura de equilíbrio, eu falo sobre a importância de encontrar o “centro” não só no tapete, mas também em meio ao caos da vida. Ou, ao falar sobre ahimsa (não-violência), eu não abordo só a violência física, mas também a auto-crítica, a forma como falamos conosco mesmos. Essa tradução torna o yoga relevante, acessível e, acima de tudo, transformador para a vida real das pessoas, indo muito além dos 60 minutos de aula.
Navegando pelo Cenário Híbrido e Digital: Um Novo Horizonte
Confesso que a transição para o ambiente híbrido e totalmente online foi um baque. Eu, que sempre amei a energia da sala de aula presencial, me vi de repente em frente a uma tela, tentando conectar com alunos que estavam a quilômetros de distância, cada um em seu ambiente. Não é a mesma coisa, não vou mentir. A correção tátil se torna impossível, a energia da sala é mais difícil de sentir, e as distrações do ambiente doméstico dos alunos são uma constante. Mas, com o tempo, e com muitas tentativas e erros, percebi que esse novo formato também abriu portas incríveis, tornando o yoga acessível para pessoas que antes não teriam essa oportunidade, seja por distância, horários ou limitações físicas. E, claro, a demanda por esse formato só cresce, então, como instrutores, temos que nos adaptar, aprender novas ferramentas e descobrir como manter a essência do yoga viva mesmo através de uma tela. Isso exigiu de mim um aprofundamento em habilidades que eu nem imaginava precisar, como iluminação, áudio e até um pouco de carisma “televisivo”, mas a recompensa de ver a comunidade florescer online é imensa.
1. Desafios e Oportunidades do Ensino Online
O maior desafio, para mim, foi a falta de contato visual e tátil. Como corrigir um alinhamento sem poder tocar o aluno ou me aproximar? Eu tive que desenvolver uma linguagem verbal mais rica e descritiva, usando analogias e imagens mentais para guiar as posturas. Também comecei a dar mais espaço para perguntas no final das aulas, e até a oferecer “mini-consultas” online para ajustes. Por outro lado, as oportunidades são gigantescas: alunos de diferentes cidades e até países, a flexibilidade de horários, e a capacidade de alcançar um público que talvez não tenha acesso a estúdios físicos. Eu me conectei com pessoas do interior do Brasil, com mães que só conseguiam praticar enquanto os filhos dormiam, e com profissionais que viajavam muito. Isso é algo que o formato presencial puro jamais permitiria.
2. Ferramentas e Estratégias para Aulas Eficazes
Quem diria que eu, uma instrutora de yoga, me tornaria uma quase-especialista em webcams e microfones! Investi em equipamentos básicos para garantir uma boa qualidade de áudio e vídeo. Aprendi a posicionar a câmera para que os alunos pudessem me ver de vários ângulos. Descobri a importância de uma boa iluminação e de um fundo neutro. Além da tecnologia, tive que adaptar a minha forma de ensinar: menos sequências complexas e mais foco em posturas que podem ser feitas com segurança, sem a necessidade de ajustes físicos. Usei a criatividade para incorporar objetos do dia a dia, como almofadas e cadeiras, como substitutos para blocos e props. É um universo em constante evolução, e a gente precisa estar sempre antenado e disposto a experimentar, a aprender e a errar um pouco para encontrar o que funciona melhor para a nossa comunidade online.
A Importância Inegociável da Educação Continuada e da Humildade
Se tem uma coisa que eu aprendi nessa jornada é que a gente nunca sabe tudo. E essa é a beleza da coisa! O campo do yoga é vasto, profundo e em constante evolução. Cada vez que eu penso que dominei um tópico, surge um novo livro, um novo curso, uma nova perspectiva que me mostra o quão pouco eu realmente sei. Lembro-me de ter saído da minha formação inicial com a sensação de “pronta”. Que ingenuidade! Alguns anos depois, um mentor me disse: “O verdadeiro mestre é um eterno aprendiz.” Essa frase ecoa em mim até hoje. Seja uma nova formação em anatomia, um workshop sobre yoga restaurativo, ou até mesmo aprofundar-se nos textos filosóficos antigos, cada mergulho me torna uma instrutora mais completa, mais empática e, acima de tudo, mais humilde. E essa humildade é crucial, porque ela nos permite estar abertos a novas ideias, a reconhecer que podemos aprender com nossos alunos, e a admitir quando não sabemos a resposta. É um convite constante à curiosidade e ao aprimoramento, que nos impede de cair na estagnação e nos mantém vibrantes e relevantes como educadores.
1. Busca Constante por Conhecimento
Depois da minha formação inicial, mergulhei em cursos de anatomia aplicada ao yoga, terapia do yoga e ayurveda. Cada um deles abriu meus olhos para novas dimensões da prática. Descobri, por exemplo, que a forma como eu estava ensinando uma determinada postura não era ideal para certos tipos de corpo. Essa busca me permitiu oferecer modificações mais seguras e eficazes. Além dos cursos formais, ler livros, seguir outros professores, participar de retiros e workshops, tudo isso alimenta a nossa fonte de conhecimento. Eu até criei um grupo de estudo com outras instrutoras, onde discutimos textos filosóficos e trocamos experiências de sala de aula. É uma rede de apoio e aprendizado mútuo que me enriquece profundamente e me mantém atualizada. A cada nova informação, sinto que minha bagagem se expande, e consigo oferecer mais profundidade e segurança para os meus alunos.
2. Humildade para Aprender com Todos
Essa é a parte mais bonita. Muitos dos meus maiores aprendizados vieram dos meus alunos. Uma vez, um aluno com deficiência visual me ensinou sobre a importância da clareza verbal e da confiança na orientação auditiva de uma forma que eu jamais teria compreendido por conta própria. Outro, com uma dor crônica, me fez repensar completamente a abordagem para o relaxamento. A humildade de reconhecer que não somos os únicos detentores do conhecimento, e que cada interação é uma oportunidade de aprendizado, é um pilar da nossa profissão. É um exercício de desapego do ego, de ouvir mais do que falar, e de permitir que a própria prática e as experiências dos outros moldem nossa abordagem. Entender que somos facilitadores de um processo, e não os únicos portadores da verdade, nos liberta e nos torna mais humanos e acessíveis.
Sustentabilidade Financeira na Paixão de Ensinar Yoga
Ah, e por último, mas não menos importante, a parte financeira. É fácil se deixar levar pela paixão e esquecer que a gente precisa pagar as contas, certo? Eu já caí nessa. No começo, aceitava qualquer oferta de aula, muitas vezes por valores simbólicos, apenas pela alegria de ensinar. Mas a realidade bateu à porta quando percebi que, para realmente dedicar minha vida ao yoga, eu precisava que ele fosse financeiramente sustentável. Não se trata de ganância, mas de reconhecimento do nosso valor, do nosso tempo, do nosso investimento em estudo e formação. É uma conversa que muitos instrutores evitam, mas que é fundamental para não se frustrar e para conseguir continuar no caminho do yoga a longo prazo. Aprender a precificar o próprio trabalho, a diversificar as fontes de renda e a planejar o futuro financeiro é tão importante quanto saber dar uma boa aula. É uma das grandes preocupações que vejo entre meus colegas e algo que deveria ser mais discutido abertamente em nossas comunidades. É a ponte entre a nossa paixão e a capacidade de vivê-la plenamente, sem o peso da preocupação financeira constante.
1. Precificação e Valorização do Trabalho
Isso foi um divisor de águas para mim. Pesquisei o mercado, conversei com outros profissionais e comecei a entender o valor do meu tempo e da minha expertise. Não é fácil cobrar pelo que a gente ama fazer, mas é necessário. Passei a criar pacotes de aulas, a oferecer workshops temáticos e até a pensar em aulas particulares com um valor diferenciado. Uma dica que me deram e que levo comigo: não abaixe seu preço para conquistar um aluno, mostre o valor do que você oferece. Quando um aluno realmente entende o benefício, ele valoriza o investimento. Isso não significa que não podemos oferecer opções mais acessíveis ou aulas gratuitas para causas sociais, mas que o nosso trabalho principal deve ser remunerado de forma justa. Essa mudança de mentalidade me permitiu investir mais em minha própria formação e ter mais tranquilidade para focar nas aulas.
2. Diversificando Fontes de Renda no Yoga
Contar apenas com aulas em estúdio pode ser arriscado, especialmente em tempos de incerteza como os que vivemos. Eu comecei a explorar outras avenidas. Criei um canal no YouTube com aulas gratuitas, que me ajuda a construir uma audiência e, futuramente, pode gerar alguma receita. Passei a oferecer aulas particulares online, que são mais lucrativas e flexíveis. Colaborei com empresas para oferecer yoga como parte de programas de bem-estar corporativo. Além disso, comecei a vender produtos relacionados ao yoga, como óleos essenciais e tapetes de alta qualidade, de marcas que eu confio e uso. O importante é ter várias “cestas” para que, se uma delas estiver vazia, as outras possam sustentar. Isso me trouxe uma segurança e uma liberdade que eu não tinha quando dependia apenas de uma ou duas fontes de renda. Abaixo, uma breve reflexão sobre as múltiplas facetas da sustentabilidade financeira para nós, instrutores:
Aspecto Financeiro | Descrição e Estratégias |
---|---|
Preços Justos | Avaliar o mercado e sua experiência para definir valores que reflitam seu conhecimento e dedicação. Não tenha medo de valorizar seu trabalho. |
Aulas Particulares/Corporativas | Oferecer serviços personalizados que geralmente têm um valor agregado maior e permitem maior flexibilidade de agenda. |
Conteúdo Online (Plataformas, Cursos) | Criar aulas gravadas, cursos online ou assinaturas que podem gerar renda passiva e alcançar um público mais amplo. |
Parcerias e Produtos | Colaborar com marcas ou vender produtos relacionados ao bem-estar (tapetes, roupas, livros, etc.) que você realmente usa e acredita. |
Workshops e Retiros | Eventos especiais que oferecem uma experiência mais imersiva e podem ser uma fonte significativa de receita em períodos específicos. |
Essa jornada como instrutora de yoga é, sem dúvida, uma das mais recompensadoras da minha vida. Mas, como em todo caminho significativo, ela vem com seus próprios desafios e surpresas. Aprender a gerir a energia da sala, a adaptar-se a cada indivíduo, a equilibrar a vida pessoal com a paixão, a conectar de forma autêntica, a navegar no mundo digital e a garantir a sustentabilidade financeira, tudo isso faz parte do crescimento. É uma evolução constante, um convite diário à humildade, à criatividade e ao autocuidado. E no final das contas, é o que nos permite continuar acendendo a chama para tantos outros, com integridade e um coração cheio.
Concluindo
Esta jornada como instrutora de yoga é, sem dúvida, uma das mais recompensadoras da minha vida. Mas, como em todo caminho significativo, ela vem com seus próprios desafios e surpresas.
Aprender a gerir a energia da sala, a adaptar-se a cada indivíduo, a equilibrar a vida pessoal com a paixão, a conectar de forma autêntica, a navegar no mundo digital e a garantir a sustentabilidade financeira, tudo isso faz parte do crescimento.
É uma evolução constante, um convite diário à humildade, à criatividade e ao autocuidado. E no final das contas, é o que nos permite continuar acendendo a chama para tantos outros, com integridade e um coração cheio.
Informações Úteis para Saber
1. Busque sempre formações complementares: mergulhar em anatomia, filosofia do yoga ou terapias específicas pode transformar sua prática e seu ensino.
2. Construa sua comunidade: seja online ou presencial, ter um grupo de apoio e de troca com outros instrutores e alunos fortalece seu caminho e inspira novas ideias.
3. Priorize sua própria prática: Lembre-se que você não pode despejar de um copo vazio. Sua prática pessoal é a sua fonte de energia e inspiração para guiar os outros.
4. Não tenha medo de adaptar e experimentar: Cada turma e cada aluno são únicos. A flexibilidade em ajustar sua abordagem é um sinal de maturidade e respeito.
5. Cuide da sua saúde financeira: Entender o valor do seu trabalho e diversificar suas fontes de renda garante que você possa dedicar-se plenamente ao que ama, sem preocupações excessivas.
Principais Pontos a Retenir
Ensinar yoga transcende as posturas; exige gestão energética, adaptação constante e comunicação autêntica. É crucial equilibrar a vida pessoal e profissional, priorizando o autocuidado e a prática individual. A educação continuada e a humildade são pilares para o crescimento, enquanto a sustentabilidade financeira garante a longevidade da carreira. Conectar-se com os alunos e o mundo digital oferece novos horizontes, fazendo desta jornada uma evolução contínua de paixão e serviço.
Perguntas Frequentes (FAQ) 📖
P: Considerando essa crescente demanda e a responsabilidade que sentimos como instrutores, como você, na prática, consegue manter seu próprio equilíbrio e saúde mental, evitando o esgotamento que tanto se fala?
R: Ah, essa é a pergunta de um milhão de reais, viu? No começo, quando a paixão por ensinar yoga estava no auge, eu achava que era super-humana, que aguentava dar aula o dia todo, resolver pepino de aluno, cuidar da parte administrativa…
Até que a conta chegou. Lembro de um dia, depois de dar umas cinco aulas seguidas – presenciais e online –, eu estava sentada no tapete, exausta, sem forças nem pra dobrar a coberta que tinha usado no shavasana.
Foi um choque de realidade. Desde então, aprendi a duras penas que o “não” é uma palavra sagrada. Dói dizer, às vezes, mas é essencial.
Priorizo minha própria prática, faço terapia, e olha que ironia, às vezes me sinto culpada por não ir ao yoga ou meditar o tempo todo. Mas entendi que autocuidado não é perfeição, é respiro.
E o meu respiro pode ser cozinhar em silêncio ou simplesmente não fazer nada. É um aprendizado diário, um namoro constante com o autocuidado, sabe? A gente tem que ser o exemplo do que prega, mesmo que seja na imperfeição.
P: As aulas híbridas e online trouxeram uma nova dinâmica ao ensino de yoga. Na sua experiência, quais foram os maiores desafios para manter a essência da prática e a conexão com os alunos nesse formato, e como você os superou?
R: Olha, no início da pandemia, era um caos, pra ser sincera. De repente, fui jogada num universo de telas e câmeras, e parecia que eu estava gritando num vácuo, sabe?
Aquele feedback instantâneo da sala cheia – a energia, o som da respiração, a correção individualizada – tudo isso sumiu. Meu maior desafio era manter a conexão, sentir a turma, ler as reações.
Teve dia que a internet caía no meio do “cachorro olhando para baixo” e eu só queria chorar de frustração. Mas a gente se reinventa, né? Investi em equipamentos melhores, aprendi a usar a luz a meu favor, e o mais importante: mudei minha perspectiva.
Percebi que, mesmo distante fisicamente, a intenção de compartilhar e a capacidade de acolher ainda existiam. Incentivei mais a interação, pedia pra abrirem as câmeras, mandava mensagem personalizada depois da aula.
Não é a mesma coisa que estar pertinho, é claro, mas a gente aprende a ler os olhinhos na telinha, a sentir a energia de outra forma. E o alcance é muito maior, tem gente que nunca teria acesso ao yoga se não fosse por essa modalidade.
P: Muitas pessoas chegam ao yoga buscando mais do que flexibilidade, trazendo consigo ansiedades, estresse e dores emocionais. Como você aborda essa dimensão mais profunda e delicada na sala de aula, sem cruzar a linha da terapia?
R: Essa é a parte mais linda e, ao mesmo tempo, mais pesada do nosso trabalho. Quantas vezes não vi lágrimas silenciosas no shavasana, ou ouvi desabafos no final da aula que me pegaram de surpresa?
A gente vira um pouco confidente, né? Mas a linha é muito tênue, e é crucial saber onde ela está. Sou instrutora de yoga, não psicóloga.
Minha função é criar um espaço seguro para que o aluno se reconecte com ele mesmo, com a própria respiração, com a capacidade de sentir e liberar. Quando percebo que a dor vai além do que posso oferecer, seja por um olhar ou uma fala mais carregada, sempre procuro ouvir com o coração aberto, oferecer um momento de silêncio, uma palavra de carinho, mas com a responsabilidade de saber meus limites.
Nessas horas, sugiro a busca por um profissional de saúde mental. É um ato de amor e respeito, tanto pelo aluno quanto por mim mesma. E por isso, a gente precisa estar bem amparado também, buscando nossa própria terapia, nossa supervisão, se for o caso.
A empatia não pode nos drenar, tem que nos fortalecer.
📚 Referências
Wikipedia Encyclopedia
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